POEMA E ESTUDO SOBRE O ARREBATAMENTO

 Por: Bispo Reis

Poema: O Arrebatamento


No céu ressoa a trombeta final,  

Uma promessa antiga, um encontro celestial.  

Num piscar de olhos, os céus se abrem,  

E a Igreja de Cristo é levada às alturas, sem temer e sem lastres.


Primeira fase, a Igreja voa,

Os lavados pelo sangue, à glória se entoa.  

1 Tessalonicenses nos mostra o caminho,  

Onde os mortos em Cristo ressuscitam em carinho.  

Os vivos se transformam, num sopro, num segundo,  

Ao som da trombeta, deixam este mundo.


Mas ainda resta esperança na escuridão,  

Para aqueles que rejeitaram o primeiro clarão.  

Nas sombras da tribulação se arrependeram,  

Refizeram sua aliança, as lágrimas verteram.


Segunda fase, o clamor é ouvido,

Para os que, na dor, encontraram abrigo.  

Mateus revela o Filho nas nuvens a vir,  

Reunindo os escolhidos, a redenção a se abrir.  

Israel, em lamento, reconhece o Messias,  

Aqueles que antes eram cegos, agora são guia.


Os mártires clamam, em Apocalipse se vê,  

Vestes brancas são dadas àqueles que sofreram pela fé.  

Na tribulação ergueram sua voz,  

Mesmo diante da morte, não perderam o prumo de nós.  

Sofreram perseguição, mas guardaram o amor,  

Perseveraram até o fim, receberam o favor.


Dois estarão no campo, um será levado,  

Dois no moinho, um ao céu será chamado.  

A separação final entre fiéis e errantes,  

A justiça de Deus, para sempre constante.


Os que ficaram, mas se voltaram ao Senhor,  

Nos braços da graça, encontram calor.  

E assim, no reino de mil anos reinam,  

Aos pés de Cristo, em paz repousam.  

A trombeta ecoa, as nuvens se partem,  

O arrebatamento é real, e a fé não mais vacila.


Pois mesmo na dor da tribulação,  

Há nova esperança, há redenção.  

Deus chama os arrependidos, os quebrantados,  

Para junto d’Ele, eternamente amados.  

E a história do arrebatamento se completa,  

Nas duas fases, o plano divino se revela.


A visão do arrebatamento em duas fases é uma interpretação escatológica que, embora não seja universalmente aceita por todos os cristãos, tem respaldo em algumas passagens bíblicas e é compartilhada em algumas tradições teológicas. Vamos analisar as duas fases conforme  as bases bíblicas que podem estar associadas a cada uma:


1. **O Primeiro Arrebatamento: A Igreja de Cristo**

   Este arrebatamento seria para os que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador, foram lavados pelo seu sangue e regenerados pelo Espírito Santo. A base bíblica para esta visão inclui:

   - **1 Tessalonicenses 4:16-17**:

     > "**Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.**"

     **Explicação:** Esta passagem é frequentemente associada ao arrebatamento da Igreja, onde os crentes vivos e os ressuscitados em Cristo serão levados ao encontro com o Senhor nos céus. A ideia aqui é que o arrebatamento é reservado para aqueles que são parte da Igreja, que aceitaram Jesus como Salvador.

   - 1 Coríntios 15:51-52:

     > "**Eis que eu lhes digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.**"

     **Explicação:** Paulo fala de uma transformação instantânea dos crentes, um evento associado ao arrebatamento e à ressurreição dos santos. Esta transformação dos crentes, tanto os vivos quanto os que morreram em Cristo, é vista como uma referência ao primeiro arrebatamento.


 2. **O Segundo Arrebatamento: Os Judeus e o Fim dos Tempos**

   De acordo com a sua interpretação, o segundo arrebatamento seria para os judeus que aguardam a vinda do Messias. As passagens que podem estar ligadas a este evento incluem:

   - **Mateus 24:30-31**:

     > "**Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus escolhidos dos quatro ventos, de uma extremidade dos céus até a outra.**"

     **Explicação:** Esta passagem é geralmente vista como um evento após a tribulação, onde Jesus envia seus anjos para reunir os eleitos. Alguns interpretam que essa reunião pode envolver os judeus que reconhecem Jesus como o Messias durante esse período.

   - **Mateus 24:40-41**:

     > "**Dois estarão no campo: um será levado e o outro deixado. Duas mulheres estarão trabalhando num moinho: uma será levada e a outra deixada.**"

     **Explicação:** Esses versículos descrevem um cenário onde algumas pessoas são levadas e outras deixadas. Embora muitos associem essa passagem ao arrebatamento, alguns interpretam que ela pode se referir a uma separação final que ocorre no final dos tempos, possivelmente incluindo os judeus que aceitam o Messias.

   - **Romanos 11:25-26**:

     > "**Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegue a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: 'Virá de Sião o Redentor que desviará de Jacó a impiedade'.**"

     **Explicação:** Paulo fala de um futuro em que Israel será salvo. Isso é entendido por alguns como um evento separado que poderia ocorrer após o arrebatamento da Igreja, onde Deus volta a lidar com Israel de forma específica.

**Resumo da Interpretação**


- **O primeiro arrebatamento** refere-se à retirada da Igreja, os que nasceram de novo em Cristo e aguardam seu retorno, indo ao encontro de Jesus nos ares.

- **O segundo arrebatamento** seria uma intervenção divina que envolve os judeus, onde os anjos são enviados para reunir os escolhidos. Este evento é associado por muitos à vinda visível de Jesus para estabelecer seu reino e o julgamento das nações.


Essa visão sobre o arrebatamento em duas fases é conhecida por alguns como uma interpretação pré-tribulacionista e, em certos casos, dispensionalista. Ela distingue a Igreja de Israel e acredita em diferentes períodos para cada um. É importante ressaltar que, embora esta interpretação tenha bases em várias passagens, há outras perspectivas teológicas sobre os eventos finais.

O CRENTE REMANESCENTES QUE NÃO FORAM ARREBATADOS, MAS SE ARREPENDERAM DE SEUS ATOS E FIZERAM NOVA ALIANÇA DE FIDELIDADE COM JESUS.

A interpretação sobre os crentes que não foram arrebatados, mas se arrependem e renovam sua fé durante a Grande Tribulação, tem base em passagens bíblicas que mencionam aqueles que permanecem fiéis a Cristo mesmo em meio a intensas perseguições. Essas pessoas, apesar de terem perdido a oportunidade de serem arrebatadas inicialmente, enfrentam a tribulação de forma determinada, mantendo a fé em Jesus, mesmo que isso lhes custe a vida. Vamos explorar algumas dessas passagens e o que a Bíblia diz sobre elas:

 1. **Os Mártires da Grande Tribulação:**

   A Bíblia descreve que haverá aqueles que serão mortos durante a Grande Tribulação por causa de sua fé em Jesus, mas que, mesmo assim, receberão uma recompensa celestial. Um texto central para essa interpretação é encontrado em Apocalipse:

   - **Apocalipse 7:13-14**:

     > "**Então um dos anciãos me perguntou: 'Quem são estes que estão vestidos de branco, e de onde vieram?' Respondi: 'Senhor, tu o sabes'. E ele disse: 'Estes são os que vieram da grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.**"

     **Explicação:** Aqui, vemos que há um grupo de pessoas que passou pela Grande Tribulação e lavou suas vestes no sangue do Cordeiro, ou seja, renovaram sua fé em Cristo durante esse período. Isso sugere que muitos, que antes não estavam firmes em sua comunhão com Deus, encontrarão arrependimento durante a tribulação e se tornarão fiéis.

2. **A Perseverança até a Morte:**

   Jesus falou sobre a necessidade de perseverar na fé durante tempos de tribulação:

   - **Apocalipse 2:10**:

     > "**Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar alguns de vocês na prisão para que sejam postos à prova, e vocês sofrerão tribulação durante dez dias. Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida.**"

     **Explicação:** Embora este versículo seja direcionado à igreja de Esmirna, ele reflete um princípio aplicável àqueles que enfrentam perseguição por sua fé: a fidelidade até a morte será recompensada com a "coroa da vida". Durante a Grande Tribulação, muitos que se voltarem a Cristo poderão enfrentar severa perseguição, mas sua perseverança será recompensada.

   - **Mateus 24:9-13**:

     > "**Então vocês serão entregues para serem perseguidos e condenados à morte, e serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo, muitos abandonarão a fé, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.**"

     **Explicação:** Jesus adverte que durante a tribulação haverá perseguição e apostasia, mas aqueles que perseverarem na fé até o fim serão salvos. Isso sugere que aqueles que renovarem sua fé em Cristo durante esse tempo difícil e mantiverem sua fidelidade até a morte serão recompensados.


 3. **O Clamor dos Mártires:**

   Outra passagem em Apocalipse menciona o clamor daqueles que morreram por sua fé durante a tribulação:


   - **Apocalipse 6:9-11**:

     > "**Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que foram mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que sustentavam. E clamaram em grande voz, dizendo: 'Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?' Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e de seus irmãos que iam ser mortos como eles.**"

     **Explicação:** Aqui, vemos uma cena em que os mártires da Grande Tribulação, aqueles que morreram por seu testemunho e pela palavra de Deus, clamam a Deus por justiça. Eles são reconhecidos por sua fidelidade e recebem vestes brancas, um símbolo de pureza e vitória. Isso sugere que aqueles que mantiverem sua fé em Cristo mesmo durante a tribulação serão honrados por Deus.


4. **O Reinado dos Mártires:**

   A Bíblia também menciona que aqueles que foram fiéis até a morte durante a Grande Tribulação terão uma participação especial no reino milenar de Cristo:

   - **Apocalipse 20:4**:

     > "**Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade para julgar. E vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e por causa da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem a sua imagem e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos. Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos.**"

     **Explicação:** Esta passagem descreve a ressurreição e a honra daqueles que, durante a Grande Tribulação, recusaram adorar a besta e mantiveram sua fidelidade a Jesus. Apesar de terem sofrido a morte, eles são ressuscitados para reinar com Cristo, o que sugere uma recompensa especial para aqueles que renovaram sua fé durante o período de maior perseguição.

 **Resumo da Interpretação:**

- Durante a Grande Tribulação, haverá crentes que, apesar de não terem sido arrebatados, se arrependerão de sua condição espiritual e se voltarão a Cristo.

- Esses crentes enfrentarão perseguição severa, sendo até mesmo martirizados por sua fé, mas manterão sua fidelidade e testemunho.

- As Escrituras sugerem que eles receberão vestes brancas, um símbolo de justificação e vitória, e participarão do reino milenar de Cristo.

- Embora tenham perdido a oportunidade de serem arrebatados inicialmente, Deus ainda lhes oferece uma oportunidade de reconciliação e recompensa por sua fidelidade em meio às dificuldades.


Essa visão oferece esperança para aqueles que se voltarem a Deus durante a Grande Tribulação, enfatizando a importância da perseverança e da fidelidade até o fim.


Aqui está um poema que aborda esses dois aspectos do arrebatamento, conforme o ensinamento de Paulo para os gentios (igreja em Corinto e Tessalônica) e o ensinamento de Jesus aos judeus:

O Arrebatamento em Dois Horizontes


Entre o som de trombetas e o brilhar da luz,  

Há um mistério profundo que a promessa conduz.  

Paulo aos gentios a esperança revelou,  

Um encontro nos ares, onde Cristo nos chamou.


Na carta aos Coríntios, ele assim falou,  

"Num abrir e fechar de olhos, tudo mudou."  

Os mortos em Cristo primeiro se erguerão,  

E os vivos transformados, na ascensão seguirão.  


Em Tessalônica, a palavra ecoou,  

"Ao som da trombeta, o Senhor descerá do céu."  

A igreja dos filhos, que do mundo saiu,  

Encontra nos ares o Salvador que sorriu.  


Mas aos judeus, Jesus revelou,  

Um tempo de dores, quando a paz cessou.  

O Messias esperado, que um dia rejeitaram,  

Voltará nas nuvens, com poder declarado.


No Monte das Oliveiras, a profecia se ergue,  

"Reunirei meus eleitos dos quatro cantos da terra."  

Israel verá o que antes não viu,  

O Filho do Homem que no céu reluziu.  


Dois povos, dois caminhos, mas uma só verdade,  

O arrebatamento traz consigo a eternidade.  

Os gentios, filhos nascidos da fé,  

E os judeus, ao Messias que os pés trará até.


Entre promessas e anseios, um plano se faz,  

A igreja redimida, o Israel que jaz.  

Num mistério divino, o céu se abrirá,  

E Cristo em glória a todos chamará.  



Esse poema reflete os ensinamentos de Paulo para a igreja, formada pelos gentios em Corinto e Tessalônica, e os ensinamentos de Jesus voltados aos judeus. Ele ressalta a visão escatológica de que ambos os grupos têm um papel especial na revelação do arrebatamento e da segunda vinda de Cristo.

ESTUDO

O tema do arrebatamento, conforme ensinado por Paulo à igreja formada por gentios e por Jesus aos judeus, apresenta aspectos distintos que revelam um plano divino para a salvação e a consumação dos tempos. Vamos analisar esses dois ensinos, destacando as diferenças e as semelhanças entre eles, além do contexto em que cada um foi revelado. 


1. **O Arrebatamento segundo Paulo: Ensinamentos aos Gentios**

Paulo, em suas cartas à igreja de Corinto e à de Tessalônica, oferece uma visão detalhada do arrebatamento. Ele escreve a comunidades compostas principalmente por gentios convertidos ao cristianismo, explicando-lhes sobre o futuro da igreja e a esperança da ressurreição e transformação dos crentes.

**a) 1 Coríntios 15:51-52**  

> "Eis que vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."

- **O Mistério do Arrebatamento**: Paulo chama esse evento de um "mistério", algo que antes não era revelado, mas agora é conhecido pelos crentes. Ele descreve a transformação dos vivos e a ressurreição dos mortos em Cristo.

- **A Promessa de Transformação**: O ensino aqui é que todos os crentes, tanto os que já morreram quanto os que estão vivos, experimentarão uma mudança imediata e sobrenatural. A ênfase é na glorificação do corpo, um evento súbito que ocorre "num abrir e fechar de olhos".


**b) 1 Tessalonicenses 4:16-17**  

> "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor."

- **O Encontro nos Ares**: Paulo ensina que o Senhor virá para buscar a Sua igreja, mas esse encontro ocorrerá "nos ares", sem que Cristo coloque os pés na terra. Isso indica que o arrebatamento é distinto da segunda vinda visível de Cristo.

- **Conforto e Esperança**: O ensino de Paulo é também uma palavra de consolo para a igreja. Ele enfatiza que os crentes que já morreram participarão deste evento e que o arrebatamento será um momento de reunião e alegria eterna com Cristo.


**Contexto Gentílico**: As igrejas de Corinto e Tessalônica eram formadas principalmente por gentios, ou seja, pessoas que não faziam parte da nação de Israel e que, através da fé em Jesus Cristo, foram enxertadas na promessa de salvação. Paulo, ao ensinar sobre o arrebatamento, está revelando uma nova esperança para esses crentes, que antes não faziam parte das promessas do Antigo Testamento.


 2. **Os Ensinamentos de Jesus sobre a Segunda Vinda: Destinados aos Judeus**

Os ensinamentos de Jesus, principalmente nos Evangelhos de Mateus e Lucas, apresentam uma perspectiva sobre os eventos futuros que está mais diretamente relacionada ao povo de Israel. Jesus fala sobre os sinais do fim dos tempos, o julgamento e a sua vinda em glória, e esses ensinos são frequentemente dirigidos aos judeus, muitos dos quais aguardavam um Messias político e libertador.

**a) Mateus 24:30-31**  

> "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus."

- **A Vinda em Glória**: Jesus fala de sua volta visível e em glória, um evento que todos na terra poderão testemunhar. Isso contrasta com o arrebatamento descrito por Paulo, que ocorre "num abrir e fechar de olhos" e que não é descrito como um evento visível para todos.

- **Reunião dos Escolhidos**: Embora haja semelhanças no uso da trombeta e na reunião dos escolhidos, Jesus enfatiza que esses eventos são parte de um plano para Israel e para o mundo, que verá a manifestação visível do Messias.

**b) Lucas 21:25-28**  

> "E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra, angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas... Então verão vir o Filho do Homem em uma nuvem, com poder e grande glória."

- **Sinais e Tribulação**: Jesus fala de um período de grande angústia e tribulação que precederá sua vinda, indicando que sua segunda vinda será precedida de sinais visíveis no céu e na terra. Isso difere do ensino de Paulo, que fala de um arrebatamento iminente sem esses sinais.

- **Instruções aos Judeus**: Jesus dirige essas palavras aos seus discípulos judeus, e a narrativa se aplica especialmente ao contexto de Israel, que enfrentará tempos difíceis antes da chegada do Reino visível de Deus.

**Contexto Judaico**: A audiência primária de Jesus durante seu ministério terreno era o povo judeu. Ele veio para cumprir as promessas do Antigo Testamento e para anunciar o Reino de Deus aos filhos de Israel. Seus ensinos sobre a segunda vinda são muitas vezes ligados ao futuro de Israel e ao cumprimento das profecias messiânicas.


3. **Diferenças e Semelhanças entre os Ensinamentos**

- **Arrebatamento e Segunda Vinda**: Paulo descreve o arrebatamento como um evento que ocorre antes da manifestação visível de Cristo ao mundo, onde a igreja é reunida nos ares. Jesus, por outro lado, descreve a sua vinda como um evento visível e glorioso, após um período de tribulação, voltado principalmente para a redenção de Israel.

- **Público-Alvo dos Ensinos**: Paulo fala às igrejas formadas por gentios, pessoas que foram enxertadas na fé em Cristo e agora fazem parte do corpo de Cristo. Jesus, em seus ensinamentos sobre o fim dos tempos, fala aos judeus, apresentando sinais que dizem respeito à nação de Israel e à sua restauração.

- **A Esperança da Igreja e de Israel**: A igreja, composta de judeus e gentios que creram em Cristo, espera pelo arrebatamento como a consumação de sua salvação. Israel, por sua vez, espera pela vinda de Cristo em glória para estabelecer seu reino e cumprir as promessas do Antigo Testamento.


4. **Conclusão: Um Plano Divino para Dois Povos**


Os ensinos sobre o arrebatamento e a segunda vinda refletem o plano de Deus para a igreja e para Israel. Paulo revela aos gentios o mistério do arrebatamento, mostrando que, através de Cristo, todos são feitos filhos de Deus e herdeiros da promessa. Jesus, ao falar aos judeus, aponta para um futuro em que Ele retornará em glória para estabelecer seu Reino e restaurar Israel.


Ambos os ensinamentos se complementam e nos ajudam a entender a plenitude do plano de Deus para a redenção da humanidade. O arrebatamento é uma promessa de esperança para a igreja, enquanto a segunda vinda de Cristo em glória trará o cumprimento das profecias para Israel e o estabelecimento do Reino de Deus na terra. Assim, o estudo desses ensinos nos leva a uma compreensão mais profunda da nossa esperança e do futuro glorioso que Deus preparou.


Os versículos de Judas 1:14-15 fazem parte de uma breve, mas poderosa, epístola escrita por Judas, irmão de Tiago e servo de Jesus Cristo. Esses versos se destacam por citar uma antiga profecia atribuída a Enoque, um personagem do Antigo Testamento, conhecido por sua estreita comunhão com Deus. Vamos explorar o contexto e o significado dessa profecia e o que ela revela sobre o juízo e a volta do Senhor.


 1. **Contexto do Livro de Judas**

O livro de Judas é uma carta direcionada a cristãos que enfrentavam a ameaça de falsos mestres e influências heréticas dentro da igreja. Judas escreve com um tom de alerta e urgência, exortando os crentes a lutarem pela fé e se manterem firmes contra os enganos que estavam se infiltrando.


- **Apostasia e Engano**: O contexto da epístola é de advertência contra aqueles que distorcem a graça de Deus, vivendo em impiedade e causando divisão entre os crentes. Judas descreve esses indivíduos como "homens ímpios" que introduzem falsas doutrinas, e ele os compara a exemplos bíblicos de rebelião e julgamento.


2. **A Profecia de Enoque (Judas 1:14-15)**

**Versículo 14:**  

> "Enoque, o sétimo a partir de Adão, profetizou acerca deles: 'Vejam, o Senhor vem com milhares de milhares de seus santos.'"

**Versículo 15:**  

> "para julgar a todos e convencer a todos os ímpios a respeito de todos os atos de impiedade que eles cometeram impiamente e acerca de todas as palavras insolentes que os pecadores ímpios falaram contra ele."

- **Enoque, o Sétimo a Partir de Adão**: Enoque é uma figura mencionada em Gênesis 5:18-24, conhecida por "andar com Deus" e ser levado por Ele, sem passar pela morte. Judas destaca Enoque como o sétimo a partir de Adão, sublinhando a antiguidade dessa profecia e o papel especial de Enoque como um profeta que anunciou o julgamento de Deus.


- **A Citação de Fontes Extrabíblicas**: É importante notar que Judas parece citar diretamente do *Livro de Enoque*, que centenas antes de ser considerado uma obra apócrifa muito conhecida entre os judeus do segundo templo, embora não faça parte do cânon bíblico. Isso não significa que Judas esteja endossando todo o conteúdo desse livro, mas que ele reconhece a validade da profecia sobre o juízo divino.

 3. **Análise da Profecia: A Vinda do Senhor para Julgar**

- **"O Senhor vem com milhares de milhares de seus santos"**: A imagem apresentada é a de uma vinda gloriosa do Senhor, acompanhado de uma multidão celestial, que são "seus santos". Esta visão é semelhante a outras passagens bíblicas que descrevem o retorno de Cristo com seus anjos e os crentes para exercer juízo (ver Mateus 25:31; 2 Tessalonicenses 1:7-10).

  - **Milhares de Santos**: A expressão "milhares de milhares" enfatiza a grandeza e a majestade do retorno de Cristo. A presença dos santos ao lado do Senhor sugere a participação deles na execução do juízo ou como testemunhas do julgamento final.


- **"Para julgar a todos"**: O foco da profecia de Enoque é o julgamento universal que Cristo exercerá. Diferente do arrebatamento, que é uma promessa de esperança e salvação para a igreja, esse evento é descrito como um ato de justiça divina, no qual todos serão julgados por suas ações.


- **"Convencer a todos os ímpios"**: O termo "convencer" implica que, no juízo, Deus não apenas julgará, mas também exporá a verdade sobre os atos de impiedade cometidos pelos ímpios. Não haverá desculpas ou justificativas que possam esconder a rebeldia e a desobediência à vontade de Deus. Cada palavra e cada ação serão reveladas.


- **"A respeito de todos os atos de impiedade que eles cometeram impiamente"**: Judas enfatiza a gravidade dos atos dos ímpios, destacando a repetição da palavra "impiedade". Isso indica a natureza persistente e deliberada do pecado dessas pessoas, que não apenas agiram contra a vontade de Deus, mas o fizeram de forma descarada e desrespeitosa.

- **"E acerca de todas as palavras insolentes que os pecadores ímpios falaram contra ele"**: As palavras dos ímpios também serão julgadas. Isso ressalta que Deus leva em conta não apenas as ações, mas também as palavras e atitudes dos indivíduos. A insolência contra Deus — palavras de desdém, blasfêmia e rebeldia — será trazida à luz no dia do juízo.


 4. **A Aplicação da Profecia de Enoque para os Cristãos**

Judas utiliza essa profecia para lembrar aos crentes que, embora os falsos mestres e os ímpios pareçam prosperar momentaneamente, haverá um dia em que Deus trará justiça. A mensagem de Enoque é um chamado para a igreja manter a fé e a integridade, sabendo que Deus não ignora a impiedade e que o juízo é certo.


**a) Um Chamado à Santidade e Vigilância**:  

O ensino de Enoque, conforme citado por Judas, nos lembra que a santidade é essencial para aqueles que aguardam a volta de Cristo. A igreja é chamada a se separar do pecado e a viver em obediência à Palavra de Deus, sabendo que cada ato de impiedade será julgado.


**b) A Certeza do Juízo Final**:  

A profecia de Enoque destaca a certeza do juízo final. Isso deve ser um consolo para os crentes que enfrentam perseguição e injustiças, pois sabemos que Deus julgará toda impiedade. Por outro lado, é um aviso solene para os que se opõem a Deus e para os que vivem em rebelião.

**c) A Autoridade de Cristo como Juiz**:  

Essa passagem sublinha a autoridade de Cristo como aquele que virá para julgar. Ele não é apenas o Salvador, mas também o Juiz de toda a terra. Isso reforça a necessidade de nos submetermos à sua autoridade, reconhecendo que Ele é o Senhor e que seu juízo é justo e perfeito.

 5. **Observação**

A profecia de Enoque citada em Judas 1:14-15 nos oferece um vislumbre da seriedade com que Deus trata a impiedade e a desobediência. É um lembrete da vinda de Cristo, acompanhado dos seus santos, para exercer juízo sobre todos os atos e palavras dos ímpios. Esse ensino serve tanto como um alerta quanto como uma palavra de esperança: um alerta para os que rejeitam a Deus, mas também uma promessa de que a justiça divina prevalecerá para aqueles que são fiéis. 


Para os crentes, é um chamado à perseverança e à vida santa, aguardando o dia em que o Senhor virá para julgar e estabelecer o seu reino de justiça.


A interpretação de Judas 1:14-15, onde Enoque profetiza sobre a vinda do Senhor "com milhares de milhares de seus santos", realmente sugere uma conexão com o evento do arrebatamento e o retorno de Cristo em glória, como você observou. A ênfase nos "santos" que acompanham o Senhor reflete uma visão de que esses santos são crentes que foram previamente arrebatados e agora retornam com Cristo para o juízo e para a manifestação plena do Reino de Deus. Vamos explorar essa relação em mais detalhes.


1. **O Arrebatamento e a Vinda do Senhor com Seus Santos**


A Bíblia fala de dois eventos principais relacionados à vinda de Cristo:


- **O Arrebatamento**: Descrito em 1 Tessalonicenses 4:16-17 e 1 Coríntios 15:51-52, o arrebatamento é quando Cristo virá para buscar a sua igreja, tirando os crentes da terra para se encontrarem com Ele nos ares. Este evento é geralmente visto como um momento de livramento para a igreja, antes da manifestação completa da ira de Deus.


- **A Vinda Gloriosa de Cristo**: Em passagens como Apocalipse 19:11-16, Jesus é descrito voltando em poder e glória, acompanhado de "os exércitos do céu" (v.14), que são identificados como sendo aqueles que seguem a Cristo. Esta vinda é para estabelecer o seu reino e julgar as nações.


 2. **Interpretação de Judas 1:14-15 à Luz do Arrebatamento**


**"O Senhor vem com milhares de milhares de seus santos"**: A menção de "santos" aqui pode ser entendida como uma referência aos crentes que foram arrebatados. Esses crentes que participaram do arrebatamento voltam juntamente com Cristo em sua manifestação gloriosa. Isso está em harmonia com outras passagens que sugerem que os crentes participarão do retorno de Cristo em seu triunfo.


- **Santos e Não Apenas Anjos**: Enquanto a Bíblia descreve anjos acompanhando Jesus em seu retorno (Mateus 25:31), a menção específica de "santos" em Judas reforça a ideia de que os crentes, aqueles que já foram transformados na ressurreição, estão entre essa multidão que acompanha Cristo. Eles vêm para compartilhar da vitória do Senhor sobre o mal e para testemunhar o julgamento final.


- **Conexão com 1 Tessalonicenses 3:13**: Em 1 Tessalonicenses 3:13, Paulo fala sobre a vinda de nosso Senhor Jesus "com todos os seus santos". Isso aponta para um retorno em que os crentes, já arrebatados e glorificados, participam da manifestação do Reino de Deus na terra.


3. **O Papel dos Santos no Retorno de Cristo**


O entendimento de que os santos retornam com Cristo é significativo, pois sublinha a esperança cristã no arrebatamento e na ressurreição. Aqui estão alguns pontos sobre o papel dos santos nesse contexto:

- **Cooperadores do Reino**: A vinda de Cristo com seus santos reflete o papel dos crentes como co-herdeiros de Cristo (Romanos 8:17) e participantes de seu governo e reino. A participação dos crentes no retorno de Cristo é uma demonstração de que eles compartilham da vitória e da autoridade de Cristo sobre o mundo.

- **Testemunhas do Juízo**: Os santos que retornam com Cristo também servem como testemunhas do julgamento que será executado sobre os ímpios. Assim como Jesus promete que os apóstolos julgariam as doze tribos de Israel (Mateus 19:28), de forma semelhante, os santos que estão com Cristo têm um papel na execução da justiça divina.

- **Glorificação Completa**: Aqueles que foram arrebatados passaram pela transformação gloriosa e agora compartilham da glória de Cristo. Isso cumpre a promessa de que, quando Cristo se manifestar, "seremos semelhantes a ele" (1 João 3:2).


4. **A Sequência dos Eventos Proféticos: Arrebatamento e Juízo**

É comum entender que o arrebatamento precede um período de grande tribulação na terra, descrito em passagens como Apocalipse 6-18. Depois dessa tribulação, Cristo volta em glória, acompanhado dos santos que foram previamente arrebatados. A visão de Judas sobre o Senhor vindo "com milhares de milhares de seus santos" se encaixa na fase final desse plano profético.

- **Arrebatamento**: A igreja é retirada da terra, protegendo os crentes da ira que virá sobre o mundo (1 Tessalonicenses 1:10).

- **Tribulação**: Um período de juízo sobre a terra, onde Deus traz correção e julgamento ao mundo ímpio.

- **Retorno Glorioso**: Cristo retorna com seus santos para julgar e estabelecer seu reino milenar (Apocalipse 20:1-6). Os santos que vêm com Ele são aqueles que já foram transformados no arrebatamento.


 5. **Implicações Práticas para os Crentes Hoje**

A profecia de Judas e a perspectiva do arrebatamento oferecem várias lições para a vida cristã:

- **Vigilância e Esperança**: Saber que Cristo retornará e que os santos participarão de sua vitória deve incentivar os crentes a viverem de forma vigilante, aguardando a vinda do Senhor. A expectativa do arrebatamento e do retorno de Cristo serve como motivação para a santidade e fidelidade.

- **Conforto em Meio às Tribulações**: A certeza de que o Senhor virá com seus santos para julgar o mundo e estabelecer a justiça traz conforto diante das injustiças e do sofrimento presentes. Os crentes podem ter a confiança de que Deus não ignorará a impiedade e que a justiça será feita.

- **Responsabilidade de Testemunho**: Sabendo que Cristo virá para julgar "todos os atos de impiedade" e "todas as palavras insolentes" (Judas 1:15), os crentes são chamados a serem testemunhas fiéis do evangelho, advertindo outros sobre a necessidade de arrependimento e a salvação em Cristo.


 6. *Observação**

A profecia de Enoque, conforme registrada em Judas 1:14-15, não apenas adverte sobre o juízo iminente de Deus sobre os ímpios, mas também se conecta profundamente com a esperança do arrebatamento e do retorno glorioso de Cristo. A menção dos "santos" que acompanham o Senhor sugere que aqueles que foram arrebatados e glorificados agora retornam para compartilhar da vitória final sobre o mal.

Essa visão nos desafia a viver de forma santa e expectante, sabendo que tanto o arrebatamento quanto o juízo são certezas no plano de Deus para o futuro. É um chamado para que a igreja mantenha sua fé e testemunho firmes, confiando na promessa de que, quando o Senhor voltar, estaremos com Ele em glória.

Apocalipse 3:10 é uma passagem que faz parte da carta à igreja de Filadélfia e diz:


**"Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para provar os que habitam sobre a terra."** (Apocalipse 3:10)


Um aspecto interessante dessa passagem está na frase "te guardarei da hora da provação", destacando a palavra **"da"** em vez de **"na"**. Essa diferença de preposição é significativa para a interpretação teológica do versículo.


Análise da Palavra "da" em Apocalipse 3:10

1. **Proteção Preventiva vs. Proteção Durante a Provação**: 

   - A expressão **"da hora"** sugere uma proteção **antes** que a provação aconteça, como se Deus estivesse prometendo que os fiéis seriam preservados de experimentar a provação que está por vir. Ou seja, a igreja de Filadélfia (e, por extensão, os fiéis) seria **guardada de passar por esse período de dificuldade**, e não simplesmente protegida enquanto estivesse dentro desse período.

   - Se fosse usada a expressão **"na hora"**, isso poderia indicar que os crentes estariam presentes durante a provação, mas seriam guardados ou protegidos **dentro** dela, enquanto passavam por esse período.

2. **Implicações Escatológicas**:

   - Para muitos estudiosos que seguem uma visão pré-tribulacionista (que acredita que a igreja será arrebatada antes da grande tribulação), a expressão "te guardarei da hora" é vista como uma promessa de que os crentes serão retirados da terra **antes** do início desse tempo de provação, ou seja, antes da tribulação.

   - Esse entendimento sugere que os fiéis não passarão pela provação, mas serão **preservados completamente dela**.


3. **Hora da Provação Como um Período Definido**:

   - A "hora da provação" refere-se a um período específico de tempo, algo que deve ocorrer sobre "o mundo inteiro, para provar os que habitam sobre a terra." Isso sugere que essa provação é um evento escatológico global, não apenas uma situação local ou temporária.

   - Usar a palavra **"da"** implica que há uma separação dos fiéis em relação a esse evento, enquanto usar **"na"** poderia sugerir que eles estariam dentro desse tempo, embora protegidos.


Portanto, o uso de "da" em vez de "na" pode ser visto como uma garantia divina de que os fiéis seriam poupados de experimentar diretamente os eventos dessa provação. Isso tem sido um ponto de apoio importante para algumas interpretações que acreditam que a igreja não passará pela tribulação, mas será retirada antes de sua chegada.

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